NOTÍCIAS
05 DE MAIO DE 2023
Webinar Trabalho Infantil Artístico e o Mundo Digital: especialistas apontam riscos
No painel “Panorama do Trabalho Infantil Artístico. Proteção Integral, Limites e Possibilidades”, autoridades e especialistas debateram sobre os desafios do trabalho artístico de crianças e adolescentes, especialmente no ambiente digital, e avaliaram os impactos da atividade. O painel faz parte da programação do webinar “Trabalho Infantil Artístico e o Mundo Digital”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O juiz do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3a Região e integrante do Fórum Nacional da Infância e da Juventude (Foninj), Bruno Alves Rodrigues, apresentou estudo comparado entre a legislação de países, como os Estados Unidos e a França, que adotaram medidas mais severas para o controle dos conteúdos para crianças e adolescentes nas redes sociais.
O magistrado também destacou a importância da Recomendação CNJ n. 139/2022, que trata da expedição de alvarás para participação de crianças e adolescentes em espetáculos públicos, ensaios e atividades afins. Ele salientou que não raro os pedidos apresentados são – na verdade – uma tentativa de autorização para o trabalho infantil. “A participação em atividade artística e cultural não se confunde com trabalho e não existe permissivo legal para trabalho que conte com interesse econômico subjacente antes dos 16 anos.”
Monetização
Para a advogada, pesquisadora e professora Sandra Cavalcante, todo espetáculo público que conta com a participação de crianças ou adolescentes precisa de autorização judicial, seja monetizado ou não, presencial ou virtual.
A pesquisadora fez um levantamento empírico sobre os bastidores das atividades infantis artísticas para verificar os impactos na saúde das crianças e dos adolescentes e relata que constatou nível de altíssimo grau de estresse e de consequências, como depressão e suicídio do público infanto-juvenil, sendo indispensável maior controle. “É preciso aprender a usar os recursos tecnológico com cautela, primeiro para orientar os pais e, em seguida, para cobrar as responsabilidades das plataformas, porque, de acordo com a Constituição Federal, é dever de todos a proteção das crianças e dos adolescentes”, afirmou.
O painel foi presidido pelo conselheiro do CNJ João Paulo Schoucair e contou com a participação do procurador do Trabalho e coordenador Nacional de combate à exploração do trabalho de crianças e adolescentes, Rafael Dias Marques. Ele afirmou que o princípio da proteção integral e da prioridade absoluta da criança deve sempre nortear todas as decisões sobre a temática.

“Não estamos tratando de algo simples, mas de algo sério que traz prejuízos e consequências, portanto é preciso despertar o olhar de todo o sistema de justiça, advocacia, ministério público, magistratura nas mais variadas especializações”, finalizou.
Texto: Michele Martins
Edição: Karina Berardo
Agência CNJ de Notícias
The post Webinar Trabalho Infantil Artístico e o Mundo Digital: especialistas apontam riscos appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
01 DE MARçO DE 2023
Pnud seleciona instituição para desenvolver cursos de tecnologias em Java
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),...
Portal CNJ
01 DE MARçO DE 2023
Regimento Interno Anotado esclarece sobre funcionamento do CNJ
Operadores do direito que oficiam no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem uma nova ferramenta para compreender o...
Portal CNJ
01 DE MARçO DE 2023
Corregedoria Nacional faz inspeção de rotina na Justiça do Maranhão
Uma equipe da Corregedoria Nacional de Justiça inspeciona, entre esta quarta-feira (1º/3) e a sexta-feira (3/3),...
Portal CNJ
01 DE MARçO DE 2023
Corregedoria Nacional inicia inspeção ordinária no Tribunal do Maranhão
A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), iniciou, na manhã desta...
Portal CNJ
01 DE MARçO DE 2023
Tribunal de Goiás implementa igualdade de gênero em bancas examinadoras
Quatro mulheres (magistradas) e três homens (dois desembargadores e um representante da Ordem dos Advogados do...