NOTÍCIAS
23 DE NOVEMBRO DE 2023
Jornada da Equidade Racial: no TST começa 6.º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) abriu, na quarta-feira (22), o 6.º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros (Enajun) e o 3.º Fórum Nacional de Juízas e Juízes contra o Racismo e Todas as Formas de Discriminação (Fonajurd). A ação integra a “Jornada Justiça e Equidade Racial: Resgatando Raízes, Transformando Futuros”, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a participação do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do TST. A programação do evento se encerra na próxima sexta-feira (24), às 11h, com a terceira edição do projeto “Gente que Inspira”, que homenageará os quatro parlamentares que integraram a bancada negra da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988.
Para o presidente do CNJ e do STF, ministro Luís Roberto Barroso, o evento busca valorizar e prestigiar a comunidade jurídica negra brasileira. “O Brasil é o país da diversidade e, entre os construtores da nacionalidade, talvez nenhum povo tenha sido tão decisivo nem tenha sofrido tanto quanto o povo negro, pela escravização, pelas violências cruéis que sofreram e pela abolição sem nenhum tipo de preocupação com a inclusão social”, ressaltou. “Tem sido longo caminho para superar as vicissitudes de uma história que foi penosa e consequentemente cruel e com pouco reconhecimento”.
Na solenidade de abertura, o presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Lelio Bentes Corrêa, disse que o encontro é oportunidade de aprofundamento da compreensão racial da história, da sociedade e do Poder Judiciário brasileiro. Segundo ele, é incontestável que há uma divisão racial do trabalho no Brasil, em contraposição ao mito da democracia racial. “É preciso que a branquitude tome consciência de seus privilégios e da profunda desigualdade racial que assola nosso país, encampando, com urgência, a luta antirracista”, afirmou.
Barroso ainda reforçou o reconhecimento devido e merecido que a sociedade brasileira deve ter para com a população negra. “Nos últimos anos, avançamos muito na superação de uma visão que não correspondia à realidade para reconhecer um racismo estrutural que se manifesta em todas as estatísticas da sociedade brasileira. Mesmo quem não é racista ou que se sinta antirracista se beneficiou de uma estrutura opressiva que gerava ganhos para um lado e perdas permanentes para o outro”.
O diretor da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), ministro Mauricio Godinho Delgado, explicou que, na atual gestão, a escola vem promovendo eventos para combater a discriminação, a exclusão, o racismo e as violências contras as mulheres e outros grupos vítimas de injustiças. “Uma escola de magistratura tem o poder de reverberar esses exemplos por todos estados, para podermos buscar medidas efetivas que contribuam para que o Poder Judiciário não seja mais uma instância de naturalização desses atos”, ressaltou. “Todas as sentenças que naturalizam atos desse viés passam a ser, para nós, objeto de estudo intenso, para que não se repitam. É algo da nossa história que queremos efetivamente superar.”
Democratização racial
A juíza auxiliar da Presidência do TST Adriana Meireles Melonio, integrante do Comitê Executivo do Enajun, explicou que a ideia do encontro é fazer uma reflexão acerca da necessidade de democratização racial na magistratura e da existência de uma identidade negra constituída, ativa, entre juízas e juízes negros brasileiros. “Esse encontro foi preparado com muito carinho e cuidado para podermos compartilhar conhecimentos e nos prepararmos para enfrentar os desafios impostos pela desigualdade racial nesse país, a fim de que possamos construir um Judiciário que respeite e honre a história, a memória e os direitos da população negra”, concluiu. Após a abertura, foi lançada a obra coletiva “Interseccionalidade, gênero e raça e a Justiça do Trabalho”, organizada pela Enamat.
Na sexta-feira, às 11h, o TST promove a terceira edição do projeto Gente que Inspira. Dessa vez, serão homenageados os quatro parlamentares que integraram a bancada negra da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988. Paulo Paim, Benedita da Silva, Edmilson Valentim e Carlos Alberto Caó (homenagem póstuma) fizeram história ao pautar o combate ao racismo e suas implicações estruturais no Brasil enquanto matéria constitucional.
Agência CNJ de Notícias, com informações do TST
The post Jornada da Equidade Racial: no TST começa 6.º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
22 DE SETEMBRO DE 2023
Estudo cobra harmonia na proteção de dados pessoais nos países do Mercosul
Os países integrantes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) carecem de melhorias nas respectivas legislações sobre...
Portal CNJ
22 DE SETEMBRO DE 2023
Acessibilidade e inclusão: últimas vagas para prestar consultoria em pesquisa
Interessados em trabalhar na área de consultoria de estudos sobre acessibilidade e inclusão da pessoa com...
Portal CNJ
22 DE SETEMBRO DE 2023
Terra Indígena Puyanawa recebe ação da Justiça do Acre: “reparo histórico”
Através da união e esforços do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Defensoria Pública do Estado do Acre...
Portal CNJ
22 DE SETEMBRO DE 2023
Meio ambiente clama pela redução de danos, afirma presidente do CNJ
O racismo ambiental é mais uma forma de tratamento desigual que afeta majoritariamente pessoas pretas, quilombolas,...
Portal CNJ
22 DE SETEMBRO DE 2023
Mais quarenta instituições aderem ao Pacto da Primeira Infância em seminário comemorativo
A celebração dos quatro anos do Pacto Nacional pela Primeira Infância marcou a adesão de mais 40 instituições,...